domingo, 10 de abril de 2011

Distinção entre Sócrates e Platão e as consequências para a Administração Pública

Platão foi discípulo de Sócrates, que foi condenado à morte e envenenado com um líquido em uma taberna, onde ficou preso, julgado por trinta tiranos, um deles tio do discípulo.

Apesar desta relação de amizade e sapiência entre os dois, havia uma diferença e muito importante para o entendimento das práticas filosóficas. Sócrates baseava-se na democracia, coisa que não existia para Platão, que tinha o Estado como detentor da verdade.

Sócrates tinha humildade em dizer: “Só sei que nada sei!”... Foi um pensador que se importava com a sociedade da época, dando ensinamentos em praça pública, sobretudo a jovens, que seriam o futuro daquele povo, ensinamentos estes que culminavam na forma de pensar dos mesmos, abrindo suas mentes para a busca da sabedoria, para se organizarem a lutar contra os maus tratos e arrogância do Estado. Portanto, a verdade seria construída e não pronta, ou seja, as pessoas a buscariam juntas e a construiriam da mesma forma, tornando-a um efeito democrático, onde todos eram de igual importância, sem distinção.

Seu discípulo, Platão, ao contrário, distinguia a sociedade entre homens de bronze, prata e ouro, sendo estes últimos os detentores da sabedoria e verdade (os governantes), que tinham de “dominar” os restantes, que, por destino, deveriam obedecer aos superiores. Não havendo, assim, uma democracia na construção da verdade, sendo uma autocracia, tendo como a principal figura o Estado. Assim, os melhores governantes seriam aqueles que tivessem a sabedoria, descobrissem a verdade.

Para a administração pública, é mais interessante a teoria de Sócrates, até pela democracia que hoje predomina no mundo, mesmo não sendo total. A sociedade hoje deve fazer parte de todas as ações governamentais, a participação popular é um dos pontos mais importantes para a formulação de uma política respeitosa. Metodologias participativas, nas quais o povo ajuda a formular políticas públicas, isto é o mais interessante.

Como consequências das falas de Platão, o governo se torna totalitário, ditador, ao pensar que só ele sabe de tudo, que pode executar sozinho. Nada se faz só, em tudo deve haver coletividade. Então, neste caso o “pupilo” não supera o “mestre”!

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